segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cidades Intangíveis

Este trecho escrevi após ler um Livro de Ítalo Calvino, As cidades invisíveis.
Conto aqui a história de uma cidade que veio a minha mente, cidade com a qual tenta rei demonstrar meus alguns dos meus pensamentos. Não quero me comparar a Calvino e nem mesmo plagiar a sua obra, digo apenas que necessitava escrever isso desta forma. Não será a última cidade que escrevei e recomendo acima de tudo que leiam esse livro, que contém escritos de filosofia, sociologia, psicologia e uma grande amostra de pensamento do italiano, nascido em Cuba, Ítalo Calvino.

Cidade e o Homem

"A três dias de viagem ao noroeste, no topo das cordilheiras, encontra-se Abulia, cidade onde voga a harmonia. Andando por suas ruas se percebe o traçado geométrico e simétrico da cidade. Sente-se ao visita-lá que esta cidade é a cidade ideal, onde todos os elementos se combinam de maneira padronizada e se mantém estáveis.
Os cidadãos de Abulia são quietos e falam apenas quando interrogados, um ar de serenidade e tranquilidade ronda o lugar, como uma névoa tenue . Assim, Abulia é a cidade da alegria, da felicidade, onde a harmonia e a igualdade fazem de todos UM.
Um elemento se destaca na cidade e, confesso que com toda a atmosfera de Abulia, me passou despercebido por todo o tempo em que lá estive, como se estivesse sendo tomado pelo sentimento do lugar. Uma torre, que se ergue solene no centro da cidade, onde se diz, que em tempos remotos, antes de Abulia tranquila existir, era o palácio de um rei que mantinha a ordem pelo terror . Ao observar,l ongamente, uma janela que encontrava-se topo da torre pude ver um homem coroado, já velho, com um sorriso na face.
Afirmo, nesse momento, apenas uma coisa sobre Abulia, este rei descobriu a melhor forma de controle, a alegria e não o medo que todos consideram. Enquanto os Abulianos pensam ser livres, são mais presos do que eram no primórdio, presos em sua própria liberdade."

Gustavo Vitti